Ser mãe abriu a minha vida a mundos que eu não conhecia e coexistem com o nosso dia-a-dia...
A prematuridade, a perda gestacional, a perda neonatal. Ouvia falar, mas não conhecia. Esta minha forma de entrar no mundo da maternidade também foi tudo menos convencional... Sinto-me mãe, mas a minha filha não está comigo. Por vezes dou por mim a ler partilhas nas redes sociais de outras mães, com temáticas como "Os mandamentos da mãe", ou "Coisas que todas as mães partilham", que descrevem como ser mãe mudou tudo: a casa sempre desarrumada, com brinquedos espalhados por todo o lado, como deixaram de conseguir dormir todas as horas que queriam, como andar com roupas bolsadas até conseguir trocar pode ser fashion... e dói-me um pouco não me poder identificar com nada dessas coisas. Porque me sinto mãe, mas essas definições que se vão lendo por aí e se adaptam à esmagadora maioria das mães, não se aplicam a mim.
Mas quero muito ser um mãe dessas... Quero sentir-me integrada no clube das mães "normais", quero queixar-me de tudo o que se queixam, e quero babar-me com tudo de bom que os rebentos trouxeram à sua vida.
E tenho neste momento uma nova oportunidade para isso...
O pequenino Leonardo (pequenino nada, que da última vez que foi medido no ecógrafo já contava 570 g...grandalhão!) vive na minha barriga há 25 semanas, e não posso deixar de lhe agradecer todos os pontapés que me dá. Esta noite, mal me deixou dormir também, o que me deixou tão feliz! A barriga ainda há-de crescer mais [espero], mas já me dá cabo das costas, e é tão bom!! A azia não me larga, faz-me mesmo doer o peito, e nenhuma das medicações ou mezinhas que posso fazer ajuda...mas não faz mal! A tensão arterial mantém-se óptima, e fora um ou outro susto (talvez os aborde um destes dias), as coisas têm corrido muito bem.
Todo o amor por este pirralhinho dentro de mim é inexplicável, e já sonho com o momento em que ele chore pela primeira vez, e o coloquem no meu peito. E sim, sempre que imagino esse momento, imagino-me num pranto. Pois vou chorar, ah se vou! Ou não fosse a Adek Maria uma lame-mor (apesar de muitas vezes disfarçar bem).
Vem lá daí, Leonardo! Mas com calminha...estamos preparados para ti cá fora, mas para já queremos-te no quentinho. Lá para Junho, ok?
[PS: E não é que a data prevista do parto, calculada tanto pela data da última menstruação como pela ecografia, é 20 de Junho de 2015. Precisamente 2 aninhos depois da mana nascer. Se quiser dizer algo, espero que seja que tens o melhor Anjo da Guarda do mundo! Um de 441g :) Sortudo, hã, Leonardo?]