segunda-feira, 30 de setembro de 2013

"Sou uma mãe que também perdeu um filho. Quero dizer-lhe que ainda vai ser feliz"


Conheci o livro pela blogosfera, e mal me cruzei com ele numa livraria, sabia que o tinha de comprar... Os timings da vida são fascinantes. E este livro veio no momento certo. É curioso como uma experiência tão forte aproxima tanto pessoas que provavelmente antes não tinham nada a ver umas com as outras. É um marco tão avassalador da nossa história, que de repente nos sentimos íntimos de alguém, só porque ambos passamos pelo mesmo. Não é preciso muito mais...

Revi-me em muitas palavras dos pais do livro. As borboletas brancas, os passarinhos, que nos fazem lembrar os nossos pequenitos que partiram. A abertura dos nossos olhos e do nosso coração à beleza da Natureza, ao aproveitar a calma do sol, da chuva, do nevoeiro, do frio e do calor, ao sentir tudo o que for bonito e se cruzar no meu caminho, tocar-nos de maneirsas nunca antes sentidas. A sede de querer viver tudo o que pudermos, e mesmo o não fazer nada e apenas contemplar, saberem a muito. A vontade de construir algo com a maior dor que já sentimos. A urgência de encontrar um sentido para tudo isto. A vontade de querer avançar, e às vezes não saber bem como. A inércia de por vezes ver o mundo a andar freneticamente, e nós estarmos como que parados no tempo. E a força de cada palavra, cada gesto, cada lembrança relacionada com quem partiu... Como alguém diz no livro a um dos pais, e é bem verdade:

"Não sei como se sobrevive à morte de um filho. Mas achei que, se me acontecesse, gostaria de saber que o meu filho tinha marcado a vida de alguém".

Obrigada a todos os que, diariamente, me contam como a Nô marcou e inspirou as suas vidas.

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